Conheça a linha histórica do Desinfectório de Botafogo ao Hospital Rocha Maia, de acordo com a grafia da época:
1902 – Rodrigues Alves assume a Presidência do Brasil entre 1902 e 1906. O médico Oswaldo Gonçalves Cruz é nomeado para a Diretoria Geral de Saude Publica (DGSP) que funcionava na Rua Clapp, com o objetivo de erradicar a febre amarela, a peste bubônica e a varíola no Rio de Janeiro. Na época o Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro era o engenheiro Pereira Passos. Atendendo ao Decreto Federal nº 4463 de 12 de julho, que avoca para a administração federal o serviço de hygiene defensiva na Capital da Republica, em 20 de setembro, a Inspectoria [municipal] do Serviço de Isolamento e Desinfecção foi absorvida pela DGSP. Fonte: “Jornal do Brasil”, 20 de setembro de 1902, edição 263. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=030015_02&pagfis=5303 [acesso em 13 de janeiro de 2023]
1903 – Em 28 de julho, menciona-se a cessão do terreno para construção de um Desinfectorio Districtal na Rua General Severiano.
1904 – Em 07 de março, Oswaldo Cruz menciona que a DGSP tem intenção de construir no terreno da Rua General Severiano, nº 1 em Botafogo, um Desinfectório Districtal.
O Rio de Janeiro com a população em rebuliço e a chamada “Revolta da Vacina” ocorre em novembro. Rodrigues Alves decreta em 16 de novembro, estado de sítio para conter o movimento militar da Marinha que tinha por objetivo derrubar o governo. Nesse dia foi revogada a obrigatoriedade da vacinação contra varíola. O estado de sítio vigorou por 121 dias.
Em 19 de novembro, na seção “Queixas do Povo”, um leitor do Jornal do Brasil, o Sr. Frederico A. Liberalli [que por outras reportagens da época, verifica-se que era um engenheiro, vizinho ao terreno do Desinfectório, Director da empresa Ferro Carril Carioca, ´que explorava serviços de bondes e plano inclinado], reclama da construção do Desinfectório, “Sr. Redactor do Jornal do Brasil, insiste-se em levar avante na rua General Severiano, em Botafogo, um local onde já está se construindo um desinfectorio, um hospital de isolamento, que a todos apavora, como futuro fóco de epidemias, comprovado como tem sido o Hospital de S. Sebastião para o bairro de S. Christovão e cercanias, que tem pago bem caro à vizinhança, Em Botafogo, bairro sem egual na belleza e no qual se acaba de concluir obras notáveis de saneamento, é que se pretende por uma obscecação inexplicável, levantar este espantalho, contra o bom senso. (…) Para monumento de glorias, ele fica muito próximo dos loucos, que muitas vezes reflectem bem, e dos cegos, que nenhum existe que não queira ver, para ser contemplado, deve-o ser por traz, de cima do morro do Pasmado Duas palavras, indicando melhor aplicação do projecto, na conceituada folha de que v.ex. é redactor, é um serviço patriótico que agradeço pelos 40 signatários de uma petição endereçada ao governo”. Fonte: “Jornal do Brasil”, 19 de novembro [domingo] de 1904, edição 318. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=030015_02&pesq=%22Frederico%2Liberalli
%22&pasta=ano%20190&hf=memoria.bn.br&pagfis=15208 [acesso em 13 de janeiro de 2023]
1905 – Em 08 de agosto, o Jornal “A Notícia”, edição 191, em longa reportagem, descreve a visita de acadêmicos ao Desinfectorio, por ocasião do III Congresso Médico Científico Latino Americano e destaca. “De accordo com a ultima reforma feita nos serviços de hygiene foram mandados construir, além do desinfectorio central, dois districtaes que attenderão as zonas de Botafogo e Engenho Velho. O de Botafogo que já está concluído, não obstante não estar oficialmente inaugurado, recebeu a honrosa visita dos delegados do Congresso. Fica ele situado na rua General Severiano na parte dos terrenos em que ia ser construída a Universidade, abrangendo uma área de 4.063 metros” [grifo nosso]. Com isso, é possível estimar o período de execução da obra como 17 meses (março/1904 a agosto/1905).
O engenheiro da Directoria Geral de Saúde Publica, o Sr. Luiz de Moraes Junior [natural do Algarve, Portugal], observou nessa esplendida construção todos os preceitos recommendados pela hygiene, e bem assim atendeu a todos os melhoramentos usados nos paizes estrangeiros, em estabelecimentos congêneres. Desse modo, foi observada a parte mais recommendada nos desinfectorios, e que é o evitar-se o absoluto contacto entre as pessoas, os objectos e o material, antes de ser desinfectados com os que já estiveram. Por esse motivo, todo o lado esquerdo do edifício foi destinado a parte impura e o lado direito à parte pura. Pela parte impura entram os doentes, pessoal, objectos pertencentes a casa em que esteve o enfermo e o respectivo material. Ahi sofrem rigoroso expurgo, por meio de estufas e camaras de formol e enxofre. Terminado esse serviço, sem poder haver a menor comunicação entre o pessoal, são transferidos, por pequenas janellas, para o lado puro, todos os objectos já desinfectados. O mais curioso em todo esse serviço é que desde a entrada do pessoal e material para a parte impura, são dados signaes electricos consecutivos na sala da administração até ficar completamente feita a desinfecção. A construcção de todo o edifício obedeceu a um estylo leve e moderno, tendo a forma rectangular, fazendo trez corpos, tendo 27 metros e 90 centimetros de comprimento por 16 metros e 40 centímetros de largura. No centro do edifício existe uma área medindo 6 metros por 3 metros e 80 centímetros, sendo a superhcie geral de 567 metros quadrados. A entrada principal de ingresso para a sala de espera, tendo esta de um lado, o gabinete do inspector e do outro lado a sala de administração. De um e de outro lado do edifício ficam situados a portaria, gabinete medico, sala de escriptorio, sala de deposito de desinfectantes e de limpeza de empregados, sala de espera para as pessoas que desejarem tomar banho de desinfecção, sala para recepções de bagagens, roupas e mais objectos sujeitos à desinfecção, sala para recepção das roupas desinfectadas. Fora desse edifício, no pateo foi construído um outro menor, medindo seis metros por dez. Tem ele duas portas, uma para o lado impuro por onde entram os carros e outra para o lado puro, por onde saem já desinfectados. Ainda existem, perfeitamente construídos, a casa do guarda, as cocheiras com uma área de 225 metros para comportar 40 animaes e finalmente um reservatório para 18.000 litros dágua. O edifício principal do desinfectorio tem os alicerces de concreto, ferro e alvenaria. As paredes externas do edifício são de tijolos polidos francezes e as internas são de tijolos furados. Os soalhos das três salas da frente são de massaranduba e peroba e o revestimento das paredes e tectos são de estuque fino. As portas externas são de massaranduba e as das salas de peroba. Em cada lado do edifício foi colocada uma marquise de ferro forjado suspensa em consolos de ferro, estando as mesmas cobertas com vidros de cores. O desinfectorio está preparado para funcionar desde já, tendo todo o material necessário inclusive estufas Genester-Hereher, camaras de formol e enxofre, fornos de incineração, aparelhos de lavar roupas, gerador a vapor e um bello aparelho centrífugo com um movimento de 1.200 rotações por segundo para secar roupas e movido a eletricidade. Esse desinfectorio servirá para todo o serviço central, enquanto não estiver concluído o que vae ser construído na rua do Rezende.
Fonte: Jornal “A Notícia”, 08 de agosto de 1905, edição 191. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/830380/11799 [acesso em 13 de janeiro de 2023]
Confira abaixo as fotos do Desinfectorio de Botafogo:
1906 – Um Guia oficial de Ruas da época, menciona que na Rua General Severiano nº 5, ainda morava o Sr. Frederico Augusto Liberalli, um “capitalista” e engenheiro, depois a mesma publicação ainda confirmava que o mesmo residia na mesma rua em 1910 [no ano seguinte mudou-se]. Fonte: “Almanak Laemmert : Administrativo, Mercantil e Industrial (RJ), 1910, edição 67, pag. 1264. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=313394&pesq=%22Desinfectorio%22&pasta=ano%20191&hf=memoria.bn.br&pagfis=41925 [acesso em 13 de janeiro de 2023]
1909 – Em 4 de novembro, a Inspectoria de Isolamento e Desinfecção [espécie de Secretaria de Vigilância em Saúde dos dias atuais] menciona o Desinfectório Districtal de Botafogo como o “Desinfectorio Central”. Isso porque, o segundo, estava em obras.
1911 – A primeira reforma do Desinfectorio é realizada, com a adaptação do espaço e substituição dos veículos de tração animal (cavalos) por ambulâncias.
1912 – Até esse ano, a Inspectoria de Isolamento e Desinfecção [espécie de Secretaria de Vigilância em Saúde dos dias atuais] funcionava no Desinfectório, pois suas dependências na Rua Clapp junto com a DGSP estavam em obras. Em 13 de agosto de 1912, a Inspectoria incorpora uma outra, a Inspectoria de Febre Amarella” e passa a se chamar “Inspectoria Geral de Prophylaxia”, conforme os Annaes da Camara dos Deputados dessa mesma data.
1914 – A DGSP publica a lista de postos de vacinação. O Desinfectório é mencionado pela 1ª vez como local onde também funciona um posto de vacinação contra varíola.
Fonte: Jornal “A Época (RJ)”, 14 de fevereiro de 1914, edição 564. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=720100&pagfis=4869 [acesso em 13 de janeiro de 2023].
1915 – Uma enorme reportagem apresenta mais detalhes do local, dez anos após sua inauguração.
“Desinfectorio de Botafogo – Visitamos hontem esta dependencia da Directoria de Saude Publica, situada a rua General Severiano. Installada em magnifico edifício, é digna de ser visitada pelo publico afim de que possa verificar quanto é injusto, ás vezes, em suas criticas à Directoria de Saude Publica. Está esse desinfectorio sob a chefia do Dr. Graça Couto, inspector do Serviço de Prophylaxia, que com a gentileza que tanto o caracterisa, nos recebeu, atendendo ao pedido de nossa visita. Acompanhados de s. s. e dos seus dignos auxiliares Drs. Marcondes Romeiro e Franklin Faria visitámos todas as dependencias do desinfectorio, causando-nos boa impressão a irreprehensivel limpeza e ordem que alli existem. Visitámos desde o gabinete do inspector até ás officinas, encontrando todo o pessoal a postos. Entre as dependencias visitadas, são dignas de menção as seguintes: o almoxarifado cuja ordem impressiona tal o cuidado de sua arrumação, como a bem feita e clara escripta; a lavanderia á vapor, sala da secção “pura” e “impura”, nas quaes observámos o pessoal com uniformes apropriados para esse mister ; o serviço de ambulâncias, o cuidado de sua arrumação, como assistimos a que ia proceder á desinfecção de um predio onde se tinha dado um óbito (tuberculose). Vimos as officinas, onde o dr. Graça Couto ordena a reparação dos carros, aproveitando o material de outras ambulancias, não trazendo augmento de despesa com acquisições de carros novos ; a cocheira, muito bem conservada, e, bem assim a garage, onde só existe o numero necessario de automoveis para o serviço. Nos serviços do Desinfectorio de Botafogo, os vehiculos de tracção animal foram substituidos por automoveis, o que tem sido obtido com esforços do dr. Graça Couto, inspector do Serviço de Prophylaxia, com as economias nas verbas orçamentarias annuaes. Em fins de 1911 teve inicio esta transformações com a autorisação dada officialmente pelo então ministro do Interior dr. Rivadavia Corrêa, solicitada pelo director geral de Saude Publica dr Carlos Seidl, após uma succinta demonstração do dr. Graça Couto sobre a importancia do melhoramento a estabelecer-se com sensivel reducção de despezas. Para este fim foi necessario, sem prejuizo do serviço, que não fossem realisadas as grandes reformas muito dispendiosas nos carros de tracção animal que se tornaram imprestaveis, sendo as importancias a despender-se reservadas para a acquisição de chassis por encommenda na Europa. As carrosseries serão construidas na propria repartição com seu pessoal, aproveitando-se o material existente. Dada a autorisação, fizeram a encommenda dos primeiros chassis preferindo-se os de marca “Societé des Automobiles Delahaye”, que reuniam ás condições de segura resistência. Simplicidade de machinismo e preços moderados. Os chassis chegaram em 1912 e foram destinados a uma ambulancia e a carros de transporte do pessoal e material de desinfecção. Proseguindo no mesmo empenho, em 1912 e 1913, novas encommendas se fizeram, sempre dentro da verba orçamentaria, e com as devidas autorisações, outras tantas carrosseries se construíram. Em começo de 1914, já estava então a repartição apparelhada para a transformação completa da tracção animal por automoveis, nos serviços de Botafogo e de uma parte central da cidade. Assim se fez sendo supprimidos os carros de tracção animal, com o seu pessoal e respectivos animaes. A Inspectoria dos Serviços de Prophylaxia possue hoje 22 ambulancias para o serviço medico, transporte do pessoal e material de desinfecção, remoção de doentes, conducção de roupas infectadas e desinfectadas, apparelhos de Clayton, caminhões, etc. Os reparos e reformas são todos feitos com a maxima economia, na officina da propria repartição, estabelecida e mantida com os recursos das verbas do orçamento. As vantagens que tem trazido ao serviço se evidenciam dia a dia, e ainda mais se accentuaram durante a recente epidemia de varíola no anno findo em que somente duas ambulancias conseguiram dar conta do trabalho de remoção de variolosos para o Hospital de São Sebastião que attingiu somente no mez de setembro á cifra de 1914. É um encanto ver a limpeza dessas dependencias que não só honram os briosos empregados como tambem orgulham uma administração como a do dr. Graça Couto. O que causa verdadeiro entusiasmo é a secção dos banheiros destinada ao publico. Esta secção que está instalada com um luxo extraordinário, consiste no seguinte: uma pessoa que visita um enfermo de moléstia contagiosa que receie ser contaminada dirige-se ao Desinfectorio e sem despeza alguma tem ingresso em uma sala, onde despese e entrega á estufa suas roupas para serem desinfectadas, e entra para uma outra sala, onde existe um magnifico banheiro, e ahi toma o banho de agua pura e, em seguida, veste-se, pois recebe a sua roupa completamente desinfectada e limpa. O serviço dos apparelhos “Clayton” sob a direcção do dr. Franklin Faria, é o mais completo possivel. A sala dos vaccinados é ampla, arejada e mobiliada com muito gosto. Todos os serviços de remoção de enfermos é feito de modo rapido, tendo a sala dos telephones empregados competentes para attender o serviço. O serviço da desinfecção de roupas é o mais completo, sendo de admirar não ter havido uma só reclamação na entrega aos donos; e, para isso, ha uma escripturação rigorosa e bem feita. Lamentamos não poder dispôr de espaço para a descripção de tudo quanto vimos, limitando-nos a dar as nossas impressões ligeiramente, porém enthusiasticas pelo que observámos. Os serviços desse Desinfectorio abrangem o 1º e 2º districtos sanitários – Gloria, Gavea e Lagôa, – comprehendendo tambem Santa Thereza e Copacabana. Tem o Desinfectorio quatro medicos, que trabalham sob a direcção do dr. Graça Couto, e, além dos serviços de seus cargos têm ainda os de vacinação e plantões. Os serviços estão assim distribuidos: Copacabana, dr. Sá Pereira ; Lagoa, dr. Campos da Paz ; Gloria, dr. Marcondes Romeiro ; Santa Theresa, dr. Vital de Mello. Todo esse corpo medico é por demais conhecido pela sua competencia em materia de hygiene. O pessoal desse Desinfectorio é escolhido e muito competente, tendo á frente o incançavel administrador do Desinfectorio, o sr. Mario Reis Barbosa, cavalheiro distincto e de uma probidade rigorosa. É este o quadro do pessoal do Desinfectorio: Administrador da secção, Mario dos Reis Barbosa; auxiliares (escripturarios). Patermiano Mendes e Eduardo Maia; distribuidor do serviço, Luiz Maria Dantas ; primeira secção (infeccionada), Eduardo Neville (encarregado) e tres desinfectadores ; segunda secção (limpa) , Joaquim de Almeida (encarregado) e tres desinfectadores ; deposito do almoxarifado, José Lavrador de Mattos, (ajudante de almoxarife), Francisco Rosa de Freitas (escripturario) e tres desinfectadores ; portaria Manoel Ferreira de Sá (porteiro), Annibal da Costa Miranda (ajudante de porteiro) e dois continuos. Quatro turmas de desinfecção, tendo cada uma um chefe e tres desinfectadores.”
Fonte: Jornal “A Época (RJ)”, 20 de março de 1915, edição 938. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em: [acesso em 13 de janeiro de 2023]
1917 – Em 11 de fevereiro, morre o Dr. Oswaldo Gonçalves, que, portanto, não chega a inaugurar sua mais famosa criação, o “Castelo de Manguinhos” [que passou a funcionar no ano seguinte], na atual Fundação Oswaldo Cruz. Carlos Chagas, depois da morte de Oswaldo Cruz, assume o seu legado em Manguinhos.
1918 – Pandemia de gripe espanhola no Rio de Janeiro. Goulart AC (2005). Revisitando a espanhola: a gripe pandêmica de 1918 no Rio de Janeiro. In: “Dossiê Gripe Espanhola no Brasil. Revista História, Ciências e Saúde – Manguinhos”. Disponível em: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/Wkqm45R4ptVzTqSpKxJhfRh/ [acesso em 14 de janeiro de 2023]
“Na Rua General Severiano onde funciona o Desinfectorio de Boatofogo, foi creado um posto de soccorro , sob a direção do Dr Campos da Paz e Dr. Sá Pereira. Hontem, esse posto attendeu a 171 pessoas e a 34 soccorros domiciliares. Fonte: Jornal “Correio da Manhã (RJ)”, 22 de outubro de 1918, edição 7178. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=089842_02&pesq=%22Desinfectorio%22&
pasta=ano%20191&hf=memoria.bn.br&pagfis=37096
[acesso em 13 de janeiro de 2023]
Fonte: Correio da Manhã (RJ), 22 de outubro de 1918, edição 7178. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=089842_02&pesq=%22
Desinfectorio%22&pasta=ano%20191&hf=memoria.bn.br&pagfis=37096
1921 – Em uma das dependências do Desinfectório passa a funcionar em 11 de fevereiro, o Dispensário de Botafogo, que passa a oferecer o tratamento de tuberculose da Inspectoria de Prophylaxia da Tuberculose. Os Dispensários formam o embrião daquilo que depois será conhecido como “centros de saúde”. Fonte: “O Brazil-Medico : Revista Semanal de Medicina e Cirurgia (RJ)” , 19 de fevereiro de 1921, edição 008. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em:http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=081272x&pesq=%22General%20
Severiano%2091%22&pasta=ano%20192&hf=memoria.bn.br&pagfis=17121 [acesso em 13 de janeiro de 2023] e “Jornal do Brasil”, 7 de janeiro de 1921, edição 007. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=030015_04&pesq=%22
General%20Severiano%2091%22&pasta=ano%20192&hf=memoria.bn.br&pagfis=6103
[acesso em 13 de janeiro de 2023].
1922 – Até esse ano, há registros da existência do Desinfectório de Botafogo com suas funções originais sendo desenvolvidas, conforme descreve o “Almanak Laemmert” – que publicava a lista de prédios públicos existente na República. E em 15 de agosto de 1926, seu posto de vacinação funcionava entre 10h e 16h (Jornal “O Brasil”, edição 1556, 15 de agosto de 1926. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=028002&pesq=%22General%20Severiano
%2091%22&pasta=ano%20192&hf=memoria.bn.br&pagfis=10478 [acesso em 15 de janeiro de 2023 )
1927 – Em uma das dependências do Desinfectório ainda funcionava um Dispensário para tratamento de tuberculose da Inspectoria de Prophylaxia da Tuberculose. Fonte: “Vida Doméstica” – Revista do Lar e da Mulher, dezembro de 1927, edição 117. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em: https://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=830305&pasta=ano%20192&pesq=Dispens%C3%A1rio&pagfis=8125 [acesso em 13 de janeiro de 2023]
1928 – Uma receita médica de tratamento para tuberculose é publicada na manchete, que perguntava “A tuberculose tornou-se um mal perfeitamente curável ?” no Dispensário de Botafogo. Em seu cabeçalho podemos ler que o mesmo que pertencia ao organograma da Inspectoria de Prophylaxia de Tuberculose do Departamento Nacional de Saúde Pública [que seria o equivalente ao Ministério da Saúde dos dias atuais]. Fonte: Jornal A Manhã (RJ), 5 de janeiro de 1928, edição 117, pag. 6. Biblioteca Nacional. Hemeroteca Digital. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=116408&pesq=%22Dispens%C3%A1rio%20de%20Botafogo%22&pasta=ano%20194&hf=memoria.bn.br&pagfis=4238 [acesso em 13 de janeiro de 2023]
Fonte: Correio da Manhã (RJ), 05 de janeiro de 1928, edição 634, pag.6. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=116408&pesq=%22Dispens%C3%A1rio
%20de%20Botafogo%22&pasta=ano%20194&hf=memoria.bn.br&pagfis=4238
1929 – O Senado Federal da República autoriza a cessão por aforamento do terreno da Rua General Severiano nº 91 para a Sociedade Esportiva Botafogo Football Clube. Fonte: Jornal do Commercio, edição 189, 9 de agosto de 1929. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=364568_11&Pesq=%22General%20Severiano%2091%22&pagfis=36707 [acesso em 15 de janeiro de 2023]. O Annuario do Jornal do Brasil de 1929 menciona a 1ª Delegacia de Saúde funcionando nesse mesmo endereço no ainda conhecido como “Dispensário de Botafogo” (http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=705934&pesq=%22General%20Severiano
%2091%22&pasta=ano%20192&hf=memoria.bn.br&pagfis=5088 e a mesma funcionando até 1931.
1931 – O Dispensário de Botafogo ainda é mencionado como local de tratamento de tuberculose de um motorista. O Brazil-Medico : Revista Semanal de Medicina e Cirurgia (RJ), edição 033, pag.758. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=081272x&pesq=%22Dispens%
C3%A1rio%20de%20Botafogo%22&pasta=ano%20193&hf=memoria.bn.br&pagfis=33597 [acesso em 15 de janeiro de 2023]
1932 – Há menção de que em uma das dependências do Desinfectório (agora chamado “Dispensário”) funcionava um ambulatório de moléstias contagiosas dos olhos.
1934 – Há menção de vários serviços funcionando no espaço do Desinfectório (agora chamado de “Dispensário): Inspectoria de Prophylaxia da Tuberculose, Inspectoria de Hygiene Infantil e Serviço de Olhos. O Brazil-Medico : Revista Semanal de Medicina e Cirurgia (RJ), edição 010, pag.174. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=081272x&pesq=%22General%20Severiano%2091%22&pasta=ano%20192&hf=memoria.bn.br&pagfis=38005 [acesso em 15 de janeiro de 2023]
1935 – Um homem é atendido no posto central de assistência e levado ao “Dispensário de Botafogo”. Fonte: Gazeta de Notícias (RJ), edição 186, 8 de agosto de 1935. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=103730_06&pesq=%22Dispens%C3%A1rio%20de%20
Botafogo%22&pasta=ano%20193&hf=memoria.bn.br&pagfis=5797 [acesso em 15 de janeiro de 2023].
1958 – Inaugura-se em 05 de abril, o Pronto Socorro de Copacabana próximo a praia do Lido, que posteriormente será incorporado ao posto de socorro no Desinfectório de Botafogo, da Rua General Severiano, nº 91.
Fonte: Jornal Última Hora, de 07 de abril de 1958, edição 2.380, pag. 5. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/386030/46783
1962 – Inaugura-se o Hospital Rocha Maia em um prédio de dois andares à direita do Desinfectorio Districtal de Botafogo, que passa a ser usado área para a direção e administração do novo hospital. O então Pronto Socorro de Copacabana que funcionava em outro endereço, passa a funcionar junto com o novo hospital, onde já havia desde 1918 um “posto de soccorro”.
1968 – Aniversário de 10 anos do Hospital Rocha Maia (se considerarmos que o pronto-socorro de Copacabana, transferido em 1958 para dentro das dependências do hospital é a data de inauguração, mas na verdade, o hospital começou a funcionar em 1962)
1978 – Aniversário de 20 anos do Hospital Rocha Maia.
Fonte: Jornal do Brasil, 25 de abril de 1978. edição 0017, 1º Caderno, pag.9. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/030015_09/123792
1980 – Em 1980, o Clube de Regatas Botafogo chegou a anunciar que faria seu Estádio de Futebol no local onde funcionava o hospital.
Fonte: Jornal “O Fluminense”, edição 3051 de 07 de março de 1980. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/100439_12/1685
1987 – Em 24 de outubro, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro inicia reforma no hospital, tendo como secretário municipal de saúde, o Dr José Eberienos Assad e como presidente do INAMPS, o Dr Hésio Cordeiro.
2012 – Retomando suas origens, quando funcionou como posto de vacinação, em 02 de fevereiro foi inaugurado o primeiro Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais – CRIE – do Estado do Rio de Janeiro na gestão do Prefeito Eduardo Paes
2023 – Em 28 de janeiro, 118 anos depois do Desinfectório de Botafogo iniciar suas atividades em alguma data desconhecida do 2º semestre de 1905, o edifício original é inaugurado oficialmente com a presença de autoridades municipais. Estiveram presentes, o Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e o Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz. Retornando as suas origens, quando sediou também por um período a Inspectoria do Serviço de Isolamento e Desinfecção (atual Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde), passou a funcionar o novo Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) e o Observatório Carioca de Atenção Primária e Vigilância em Saúde, responsável pela gestão dos cadastros realizados pelas Equipes de Saúde da Família e a integração dos territórios de atuação da atenção primária e vigilância em saúde. Para isso, buscará compartilhar as microáreas dos agentes comunitários de saúde e os setores censitários do Censo-2022 do IBGE.
Créditos Institucionais
Prof. Dr. Luiz Felipe Pinto (UFRJ) – Pesquisa bibliográfica e histórica realizada no Centro de Documentação da Casa de Oswaldo Cruz (COC)/Fiocruz, RJ e também na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, disponível em: http://bndigital.bn.gov.br/.
Carol Mott (SMS-RJ) – Apoio à pesquisa histórica.
Fabiane Muniz (SMS-RJ) – Revisão de texto.
Yve Jung (SMS-RJ) – Editoração para aplicação da linha do tempo exposta do Complexo Rocha Maia.